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Patagônia Argentina e Chilena – Parte 1

Ushuaia, Puerto Natales, Torres del Paine e El Calafate.

Tudo o que você precisa pra programar sua viagem


Já começo falando que essa foi de longe a viagem mais difícil de programar que já tive. Isso porque por mais que a gente ache milhões de relatos, as informações principalmente sobre transporte são muuuito escassa da internet, então dá um pequeno desespero.


Explico...na verdade eu costumo dizer que se você não tem tempo contado pra fazer essa viagem, é ok você chegar lá e resolver o que vai fazer com relação a transportes por exemplo. Porque de fato existem váaaarias empresas que fazem transporte de ônibus.


O problema é que na maioria das vezes a gente não tem tanta flexibilidade no nosso schedule então é importante ter o mínimo de informação pra não passar perrengue e ficar “preso” numa cidade ou acabar perdendo algum rolê e ter que reduzir sua programação.


Mas esse post é justamente pra te ajudar com tudo o que você precisa saber, sobre isso e outros detalhes essenciais!


Quando devo ir?


Isso depende muito do que você quer fazer na Patagônia. No meu caso, eu tinha 2 objetivos que foram super decisivos pra escolher a data perfeita: o primeiro era esquiar e fazer snowboard em Ushuaia e o segundo fazer o circuito W em Torres del Paine.


Pra isso eu precisava basicamente de “2 estações” que possibilitavam eu fazer essas duas coisas na mesma viagem. Por isso, minha viagem começou no final de Setembro, o que coincidiu com o final da temporada de neve, e acabou no início de outubro, época que o parque Torres del Paine fica perfeita pra fazer os circuitos.


Mas como nem tudo são flores, pegamos o início da alta temporada em Torres, ou seja, os preços estavam bem acima do que na baixa. Maaas era o único jeito de eu conseguir fazer a viagem do jeito que eu queria, então paciência.

A viagem no total durou 13 dias.


Eu quero ser muuuito sincera nesse post porque morro de preguiça desses posts do tipo tudo vai dar certo, tudo é possível. Eu queria muito ter encontrado um relato que fosse mesmo sincero, com certeza pequenos detalhes teriam feito muita diferença e evitaria alguns problemas que tive. Mas aqui eu vou contar tudinho e espero ajudar muita gente pra que tenham a viagem perfeita (ou quase né hehe).


Não sei se foi a época específica, mas eu achei a Argentina cara demais! Gastei muito mais do que esperava e infelizmente a qualidade de várias coisas, principalmente dos restaurantes estava bem baixa, reflexos claros da crise. Até no supermercado comida era cara, inclusive água. Foi minha primeira vez na Argentina e eu vi muita diferença nesse sentido, fui mesmo pega de surpresa.


Por exemplo...

Foi um pouco difícil por exemplo conseguir fazer um a refeição pagando menos do que 50 reais, e uma comida nada demais, viu? Isso quando não tava ruim, Nesse ponto fiquei super decepcionada e quem me conhece sabe que eu sou super de boa com comida, como em qualquer lugar e sempre procuro lugares mais em conta e tal. Então realmente o trem tava feio!


Como deslocar na patagônia?


Ta aí a parte mais difícil dessa programação. Como falei anteriormente, a maioria das empresas tem sites bem ruinzinhos (quando tem) sem muita informação de horário e valor, então a gente fica mesmo doido!


Mas vou explicar direitinho como é a maneira possível pra garantir esses transportes!


Primeiro vou adiantar que pelo fato de inicialmente eu estaria em 3, pensei a possibilidade de alugar um carro mas por fim não achei que valia a pena. Primeiro porque eu comprei uma passagem de ida chegando em Ushuaia mas a volta seria saindo de El calafate. Ou seja, eu não voltaria a Ushuaia o que significa que eu teria que achar uma empresa que me deixaria largar o carro em El Calafate.


Quem tem costume de alugar carro sabe que essas taxas de “retorno” são super caras e só em algumas situações vale a pena. Além disso eu achei os valores muito caros, mesmo pra dividir por 3. Enfim, não tava achando vantagem.


E de avião? Então...isso vai um pouco de sorte também. Porque as empresas internas que fazem esses trechos estavam muuuito caras e o melhor preço era o da Latam, mas eles não tem vôos todos os dias então não tava funcionando. E ainda assim ficaria caro. Enfim, eu teria que trocar o rolê todo e tava complicado reformular então pelo valor que eu deveria desembolsar não tava valendo a pena.


Conclusão? Pra minha opinião a melhor maneira de deslocar lá é mesmo o busão.

O problema mesmo era achar as informações.


Eu vou contar aqui algumas coisas que descobri pesquisando MUITO, mandando e-mails etc antes de viajar e mais mastigado o que descobri lá.


Graças a Deus todos os esquemas de transporte que eu consegui planejar deram super certo, mas hoje eu tenho uma gama maior de outras opções coletando informações lá.

Como funciona os ônibus lá?


Existem váaarias empresas que fazem diversos trechos, mas nenhuma delas tem muitas opções de dias e horários. Normalmente cada trecho é feito umas ou 2 vezes por semana e em um único horário.


Ah! Essa regra é pra trechos longos, tá?

Para os trechos mais curtos costuma ter um pouco mais de opção.


Ou seja, o seu roteiro vai depender sim do dia que tem busão. E não ache que você vai chegar lá e vai ser tranquilo comprar na hora porque não vai ter!


O trecho mais difícil por exemplo era o bus Ushuaia - Puerto Natales. Na verdade esse trecho nem existia e eu tinha que comprar o trecho separado Ushuaia – Punta Arenas e depois Punta Arenas – Puerto Natales. O primeiro trecho, que é o mais longo só existia um dia da semana às 5 da manhã. Era isso ou não era.


Você acha que um lugar tão turístico como Ushuaia oferecendo um trecho em um único horário por semana seria fácil comprar em cima da hora?


Claro que não! E eu não podia arriscar porque isso significaria que ou eu teria que pagar uma grana num vôo lá na hora ou esperar uma semana ou ir de cata-jeca pegando mil bus e nem sei como.


A empresa que faz esse trecho se chama Montiel e não era possível comprar online. E agora?


Depois de muita procura, descobri uma empresa de agência que vendia essas passagens, mas claro que mais caro. Mas mesmo assim a diferença era bem de boa. O problema era como pagar?


Eles não tinham um site que vendia a passagem e a opção era eu preencher um formulário que eles me enviariam por email autorizando eles a debitarem o tal valor do meu cartão, assinado.


Eu fiquei morendo de medo porque nunca fiz algo assim, mas conversei com uma amigo e ele tinha uma amiga que já tinha feito isso sei lá onde e falou que era algo “normal”. Como esse cartão não tenho tanto crédito e eu sou meio doida (hihi) resolvi arriscar.


A empresa chama Tolkeyen e deu tudo certo graças a Deus! Eles foram super profissionais e quando cheguei lá tava tudo certinho, só me entregaram a passagem bonitinha e eu dei aquele “ufa! “


Esse trecho incluía uma “escala” em uma cidade que agora esqueci o nome e mais a travessia no canal pra atravessar pro Chile. A imigração foi feita no meio do caminho, um trem meio simplão e de boa.


Por fim cheguei uma hora antes do esperado e consegui trocar a próxima passagem pra um bus que sairia antes sem problemas!


Esse segundo trecho (Punta Arenas – Puerto Natales) foi mais de boa, com pramos pelo Bus sur, que é a única empresa que vendia pela internet e tinha várias opções de horários pra esse trecho.


A dica é levar as passagens impressas, porque na necessidade de troca ou cancelamento eles pedem o papel. A gente só conseguiu trocar por isso porque o bus tava quase saindo e não daria tempo de sair pra imprimir.


O resto dos outros trechos durante a viagem conseguimos fazer todos pelo Bus sur porque os horários conseguiram se encaixar no nosso schedule.


Mas deixo aqui uma lista de todas as empresas de bus que operam esse lugares que passamos, assim sua gama de opções fica maior.


Empresas de bus: Tecni Austral

Pacheco

Fernandez

Bus sur (a única que vendia pela internet)

Montiel


Agência que compra passagens pra você em Ushuaia:

Tolkeyen


Agora vamos voltar um pouquinho pra você entender o nosso roteiro...

Primeira parada: Ushuaia


Pegamos um vôo Rio-Buenos Aires-Ushuaia e chegamos já a noite. A idéia era trocar dinheiro em Buenos Aires, mas a fila no aeroporto estava enorme, então pelo tempo que tinha era impossível.


Basicamente com relação ao dinheiro, levei alguns dólares (só $100,00), alguns reais (não lembro exatamente, mas foi pouco) e meu cartão.

Sim, eu acho que nesse caso usar o cartão valia super apenas! As casas de câmbio tinham uma cotação péssima em todos os lugares onde passei então mesmo com o IOF o câmbio do cartão tava bem melhor.

Como estamos tratando com uma moeda que é mais desvalorizada do que a nossa, a minha experiência nesse caso foi sempre boa com cartão.



Essa tabela foi a nossa programação inicial e depois tivemos que ajustar durante a viagem, vou explicando direitinho o porquê de cada mudança.


Dica importante: Uma das coisas que me ajudou DEMAIS foi fazer essa tabela! No final do Post vou colocar ela completa pra verem como ficou.

Como era muita informação nessa viagem, com 3 cidades diferentes e deslocamentos um pouquinho complexos, foi muito importante organizar dessa maneira!


Como cheguei dia 25 de setembro a noite e iria a Puerto Natales dia 29, eu teria 3 dias completos em Ushuaia pra conhecer.


Como correspondente pelo blog Vamos pra onde, da minha amiga querida Quel, fizemos uma parceria maravilhosa com os Brasileiros em Ushuaia e fechamos tudo com eles!


E recomendo demais, a assistência deles é incrível, eles têm milhões de tipos de passeios pra tudo quanto é gosto e época e são mega atenciosos.


Escolhemos inicialmente o “Canal Beagle”/ “Antártica, a Esquí”/”Caminhada noturna e a Aventura e Neve com Trenó”.


Por estarmos no finalzinho da temporada de inverno, as duas últimas opções não foram possíveis já que as condições metereológicas não estavam ajudando hehe!


Então substituímos pelo “Off Road” e pelo “Parque Nacional da Terra do fogo e Trem do Fim do Mundo”.


Em breve vou fazer um post falando sobre cada um desses passeios com detalhes. Mas pra deixar vocês com um gostinho, vai algumas fotos pra entenderem a beleza desse lugar!





Resolvi separar e focar aqui em programação pra não ficar muito extenso e depois fazemos posts separados de cada lugar.




Onde se hospedar:



Paguei $19,5 a diária (Não lembro quanto deu em pesos) no quarto compartilhado com 6 camas com café da manhã incluso.

Achei bem limpo e organizado e o pessoal bem atencioso! A única reclamação foi o café da manhã, que achei um pouco pobre. Mas comparando o preço com outros hostels, o custo benefício valeu a pena.


Onde comer:



Desde 2013, quando conheci esse mesmo em Buenos Aires me apaixonei.

E pra falar a verdade foi o que salvou em Ushuaia, porque como falei antes, a qualidade dos restaurantes lá estavam bem ruinzinhos.

Quando reconheci o Il Gatto, já fiquei aliviada. E desde então decidi que só comeria lá! Hehe!

Tudo maravilhoso, a comida, o atendimento, a vista pro canal. Recomendo demais!


Segunda parada: Puerto Natales


Puerto Natales é um dos destinos mais comuns pra quem quer ir em Torres del Paine e não quer deixar um rim se hospedando no parque.

A cidade é simples, mas é fofinha!


Chegamos a noite, dormimos e passamos o próximo dia inteiro na cidade meio que organizando nossa viagem, alugando equipamento s de camping, comprando comida etc.

Alugamos essas coisa em um a lojinha que ficava ao lado de um hostel, não lembro o nome de jeito nenhum, mas lá tem váaarios.


O que alugamos?


- Saco de dormir pra frio

- Poles, ou paus de caminhada (juro que é muito essencial lá!)

Levei minha barraca do Brasil, porque ela é boa e leve.


Outras coisas que levei do Brasil:


- Fogareiro mini (comprei o butano em Puerto Natales)

- Panelinha, pratinhos, copos e talheres pra camping (comprei tudo na Decathlon, que amo e tem preços maras)

- Cobertozinho pra camping

- Garrafa de água grande

- Lanterna

- Canivete


O que eu sempre levo nesses rolês de camping pra comer? Comidas leves e que sustentam!


- Miojo

- Presunto (gosto ainda mais desses bem gordurosos que tem bastante caloria -pra dar energia hehe)

- Queijo

- Bisnaguinhas

- Biscoitos

- Barrinhas de cereal

- Leite em pó + achocolatado porque sou dessas

- Suco em pó

- Café

- Chocolate

- Frutas (pesa mas se tiver enchendo o saco é só comer logo ou dar pra alguém. E não gera lixo!)


Pronto! Arrumamos as mochilas, dormimos e no outro dia partimos cedinho pro parque.

Pegamos o bus da Bus sur na rodô (tudo comprado antes) e partiu parque!


Onde se hospedar?


Opção 1:


Como estávamos como correspondentes, fizemos uma parceria com o Remota Lodge.

O que posso falar desse hotel?


Não é um lugar pra mochileiros pelo fato de ter uma diária zero econômica, mas eu recomento DEMAIS pra quem procura outra experiência ou pode desembolsar uma graninha extra nem que seja um dia.


É de longe o hotel mais incrível que já vi e não por ser caro e cheio de comodidades, mas por ter um conceito lindo e super diferente de qualquel hotel de “luxo”que á ouvi falar.

O preço certamente não é por ser Fancy, mas pela experiência.


Pra começar pelo projeto arquitetônico super diferente e sustentável. E o conceito de cada detalhe do hotel, onde todo o material empregado, culinária e atividades são feitos pra valorizar a cultura do lugar e contar a história dos refúgios e da região.


O restaurante é aberto ao público e eles oferecem um “tour”mostrando o lugar, então mesmo que você não for se hospedar lá, vale a visita!


Opção 2:


Hostel Last Hope


Passamos uma noite lá na volta do parque e amamos!

Preço super justo, funcionários fofos, limpeza impecável, café da manhã delícia e localização mara também.

Se não me engano, pagamos 40 reais, o que é bem ok pra cidade.


Bom, como esse post já tá gigante, vamos parar por aqui e continuar em um próximo post. Nesse vou contar com detalhes o nosso circuito W, seguido de El Calafate.


Tá com pressa? Manda uma mensagem aqui com sua dúvida que respondo tudinho!


No mais, fica de olho!! Mas pra dar mais um gostinho, vai algumas fotos do que vem por aí!


:)



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